quarta-feira, 25 de maio de 2011

O Estado, os direitos das minorias e a ditadura do politicamente correto

Este tema me foi sugerido por um e participante do blog.

Esta sugestão me chegou, coincidentemente ou não, ao mesmo tempo em que os estado brasileiro está no processo de reconhecer direitos aos casais homossexuais. E, como não podia deixar de ser, surgem os dúvidas sobre o papel do estado na regulamentação dos relacionamentos entre as pessoas, questionando se cabe a ele esse papel paternalista numa sociedade que supostamente já não é criança há muito tempo.

Ao mesmo tempo fizeram-me outra pergunta: se o politicamente correto é razão suficiente para silenciar a voz da oposição. Hoje, dizer que as relações homoafetivas – uma nova palavra politicamente correta para homossexual – devem ser protegidas pelas mesmas leis e direitos que protegem as relações heteroafetivas (já agora, sejamos coerentes...) é considerado uma posição politicamente.

Como dizia Jack, vamos por partes!

E começando pelo fim, a questão do politicamente correto é um tema interessante, pois toca num assunto que muito me fascina que são os movimentos de massa. Um assunto que era tabu até uma década atrás, hoje é politicamente correto. Ou vice versa. Os fenômenos de moda são mutáveis e extremamente permeáveis na psique popular. E quem está no poder tende quase sempre a querer dobrar as regras do jogo em seu favor, aproveitando-se da maleabilidade politicamente correta das massas, não é? Mas é bom ver que a voz da oposição, dos que discordam da maioria é fundamental para a riqueza do debate. Se não há oposição à maioria ou ao politicamente correto então encontramo-nos perante uma ditadura, não é?

E no caso do reconhecimento de direitos acima citados, não creio que garantir direitos aos homossexuais seja uma posição assim tão politicamente correta. Está na moda, é um fato. E ainda bem, por que é um tema importante, como tantos outros que envolvem o respeito pelas minorias. Mas é apenas uma posição de justiça e igualdade. Aliás, numa sociedade como a brasileira (e em geral nas democracias ocidentais), onde a maioria tem uma prática religiosa muito forte, o tema é profundamente controverso. Os homossexuais são pessoas como quaisquer outras. Não existe absolutamente nenhum atributo que me diferencie de um homossexual. O julgamento se a orientação sexual é correta ou não – saliento e insisto que orientação sexual é muito diferente de escolha sexual – e do domínio pessoal. E o mais interessante é que é essa mesma garantia de direitos que também protege a liberdade para esse julgamento. Relativamente simples, não é?

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