quarta-feira, 1 de junho de 2011

Sociadede civil na gestão das ciadades?

Uma vez não é costume, vou escrever sobre um tema local, particular à cidade onde moro: Brasília!

Há umas semanas atrás eu fui convidado ao lançamento do movimento Brasiliense de Coração. Trata-se de uma organização da sociedade civil que tem por objetivo resgatar a auto-estima do brasiliense – seja ele de nascimento ou de adoção – pela cidade onde vive. Eu faço parte do segundo grupo – sou brasiliense adotivo – e embora só tenha chegado aqui em 2006, a minha relação com a cidade já vem de antes, graças sua à fama arquitetônica e política. No entanto, como eu falei no texto sobre o aniversário de 50 anos de Brasília, os últimos anos forma annus horribilis para quem vive aqui. Por ser o centro político do país a cidade já carrega por assimilação a carga negativa normalmente atribuída a esse universo. O escândalo da caixa de pandora do governo anterior veio dar uma martelada final no ego já machucado do brasiliense. Qualquer um de nós sabe o que é viajar para o resto do Brasil e ouvir piadas duvidosas sobre nós mesmo e a nossa cidade. Todo mundo lembra-se facilmente de associar a Brasília a corrupção, ladroagem, estelionato, desvios de fundos e outros atributos do mesmo campo semântico; mas poucos se lembram que esse pessoal “do mal” foi votado pelo país inteiro e que o Brasiliense pouco tem a ver com isso.

Assim surge o Brasiliense de Coração. Durante a cerimônia de lançamento eu não pude deixar de pensar na rede Nossa São Paulo ou ainda o movimento Nossa BH. O ponto comum dessas organizações é serem coordenadas por civis preocupados com o pouco poder ou participação que têm na gestão dessas cidades. Acho tudo isso muito honrável. Quantas vezes ouvi dizer “o governo deveria fazer isto, o governo deveria fazer aquilo” quando falávamos das coisas que corriam mal na gestão de uma cidade ou país? Pois é bom ver cidadãos conscientes se organizarem para tomar em mãos o que for possível tomar em mãos. É importante salientar que não se trata de se substituir ao poder publico. Muito pelo contrário. Trata-se de congregar esforços para que todas as partes interessadas possam trabalhar juntas pelo bem da cidade. Tenho a certeza que cada uma dessas organizações tem a premissa de se disponibilizar para contribuir com o poder local nas operações que impactam diretamente na melhoria do bem-estar dos cidadãos. Vou acompanhar de perto e aconselho a todos a verificar a existência de algo similar nsa suas cidades.

No caso de Brasília, durante a apresentação uma pessoa fez a única pergunta que eu queria fazer: como vai ser o envolvimento das cidades do entorno? Há uns dias saiu uma estatística aterradora que dizia que as cidades do Novo Gama e Luziânia têm os pires índices de criminalidade da América latina! Pois é. Brasília não é só o plano piloto. Vai ser um desafio gigantesco integrar essas cidades nos planos do Brasiliense de coração...

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