terça-feira, 26 de outubro de 2010

A minha estrutura organizacional preferida

Hoje acordei pensando nas dificuldades que temos em implementar projetos nas nossas empresas e pensei em falar um pouco de estruturas organizacionais. Quando passei a certificação PMP debrucei-me um pouco mais sobre o assunto e aprendi que existem essencialmente três tipos de estruturas organizacionais – citando o Project Management Book of Knowledge (PMBOK):
  • Funcional: cada funcionário tem um superior bem definido, e as equipes são organizadas por funcionalidade (ex. finanças, vendas, operações, etc.) ou seguindo estruturas internas da empresa
  • Projetizada: a empresa é organizada em departamentos, sendo que cada um responde a um gerente de projeto. Algumas áreas dão suporte a todos os projetos
  • Matricial: a estrutura matricial é uma combinação das estruturas – funcional e projetizada. Com isso pode assumir características distintas que dependem exclusivamente do grau de relevância que cada extremo é considerado. Pode ser dividida em estrutural matricial fraca, forte e balanceada.
O quadro abaixo mostra um pouco dos impactos que cada tipo de estrutura tem na organização.
Vou ser polêmico (para um PMP, quero dizer) e dizer que a minha estrutura preferida é a matricial, preferencialmente balanceada ou forte. Por experiência as estruturas dos extremos – funcional ou projetizada – tendem a ser parciais demais, para um lado ou outro. A estrutura matricial é mais representativa, mais democrática. E é também a mais difícil de implantar porque a hierarquia é mais difícil de operacionalizar e evidenciar, ela não consegue existir num ambiente onde acontecem disputas de poder e tampouco convive pacificamente com egos gigantescos e inseguros que infelizmente estamos habituados a ver. Imaginam dois chefes partilhando a gestão de um recurso? Como dizem, cachorro que tem dois donos ou morre de fome ou come duas vezes.

Mas, quando esta estrutura consegue ser operacionalizada dentro de uma empresa cujos gerentes e respectivas equipes estão motivados por e alinhados com um planejamento estratégico claro, coerente e consistente, então temos vitória garantida. Em minha opinião, esta estrutura garante suficiente liberdade de ação para o Gerente de projetos, sem perder a ligação com as unidades funcionais e suas necessidades.

Na estrutura funcional, o Gerente de projeto não tem nenhum espaço de ação, não tem domínio e controle sobre nenhum recurso do projeto, e, no entanto conserva a responsabilidade pelo sucesso. Na estrutura projetizada ele pode se tornar um agente demasiado livre e desconexo do cliente interno que ele supostamente atende (os PMPs vão me dizer que isso nunca acontece, mas eu já vi isso acontecer mais de uma vez).

Na estrutura matricial é que se vê realmente a multidisciplinaridade das equipes – e pessoas que as compõem – brilhar. Esse formato incentiva a colaboração, a integração, e a cooperação para um objetivo comum, tudo atributos muito procurados por qualquer departamento de gestão de pessoas. E o mais fantástico é que a maior beneficiada é a empresa.

Como eu disse, esta é a mais difícil de todas, mas é a que garante melhores resultados a longo prazo, pelo grau de envolvência e integração que ela gera e incentiva.

E vocês? Que estrutura é a vossa? Reconhecem alguns atributos acima citados?

2 comentários:

  1. parabens, tudo explicito porem devia ter explicado ou detalhado mais a explicacao do quadro da relacao entre as tres estruturas organizacionais. nao obstante, parabens mais uma vez!!!

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  2. Muito obrigado pelo comentário :)
    Volte sempre!

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