quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Envolvimento das partes interessadas (os famosos stakeholders)

Nas ultimas 2 semanas fizemos uma série de encontros com empregados do grupo onde trabalho, para apresentar os objetivo e desafios da Gerência de Responsabilidade Social. Mais do que uma simples apresentação, tentamos ter uma conversa aberta e franca com eles, com o objetivo de os “trazer mais para dentro”. Dividimos o encontro em 2 partes e incluímos um exercício de preenchimento dos Indicadores Ethos pelo meio. Na primeira parte focamos na nossa história e na segunda parte falamos dos planos para o presente e futuro. O importante dessa segunda parte era eles entenderem o quão importantes e instrumentais eles podem ser, para que as mudanças que queremos ver implementadas possam acontecer.

E foi fantástico! Havia pessoas que tinham acabado de entrar para uma das empresas do Grupo, e outras que já fazem parte da casa há mais de 10 anos – a mais nova tinha 2 semanas de casa! O mais fascinante foi a felicidade que todos tiveram em conhecer um poço mais da história da empresa, os dilemas de crescimento, os problemas enfrentados e soluções encontradas, as possibilidades de crescimento profissional e, sobretudo, o espaço para participação nesse crescimento. Tão longe quanto me leva a memória, nunca trabalhei numa empresa onde todos estavam sempre felizes.

O empregado naturalmente acha sempre que a empresa onde ele trabalha paga mal, oferece péssimas condições de trabalho, tem níveis horrendos de qualidade de serviço e produtos para os seus clientes, só pensa no lucro e menospreza o meio ambiente, trata melhor os homens brancos do que as mulheres negras, etc... E muitas vezes até tem razão.

A corporação do seu lado tende a pensar que paga bem acima da média do mercado, pensa e gasta muito dinheiro para oferecer boas condições de trabalho, tem 100% do seu foco no atendimento ao cliente, tem uma visão sistêmica que lhe permite devolver para a sociedade em geral parte dos seus lucros, é justa no seu tratamento de gênero e raça, etc... E também, muitas vezes tem razão.

O exercício proposto de preenchimento dos indicadores foi um bom momento para equilibrar essa visão, tanto de um lado como do outro. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Uma coisa foi certa: o debate desses temas, tão queridos para ambas as partes, foi fantástico e rico. Se, antes desses encontros eu estava um tanto quanto pessimista em relação às mudanças que precisamos implantar, à saída dos encontros o espírito era outro. Totalmente. Existe um meio campo onde as partes interessadas podem se encontrar e construir jutos esse futuro.
A mensagem que quisemos passar para eles é relativamente simples, embora tenha um peso gigantesco. Eu repeti muito a frase do Ghandi, que dizia algo como “sejam a mudança que querem no mundo”. É importante perceber que as mudanças nunca acontecem sozinhas. Elas precisam sempre da participação ativa das pessoas. A empresa tem a sua parte da responsabilidade, claro, e trabalha nesse sentido, muitas vezes a uma velocidade muito mais lenta do que desejaríamos. Mas as pessoas – sim, sempre as pessoas – têm um responsabilidade muito grande nessa mudança, seja para provocá-la ou para incorporá-la. Não vale criticar a empresa onde trabalhamos e ao mesmo tempo não fazer nada para tentar mudar o que incomoda. Exige coragem? Claro. Nunca ninguém disse que seria fácil! :)

Nenhum comentário:

Postar um comentário