quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Cada uma faz a sua parte!

Acabaram as férias. Voltamos para o olho do furacão! Vamos, coragem!

Acabou de ser lançada uma promoção num dos portais do Grupo onde trabalho chamada “Amigos do Mundo”. A mecânica de da participação promoção é bastante simples. Cada participante completa uma das três frases abaixo:

  • Não ser consumista é bom para mim porque...

  • Não jogar lixo na rua é bom para mim porque...

  • Fechar a torneira de água é bom para mim porque...
Depois, essas frases são votadas pelo público em geral, e as melhores ganharão um montão de prêmios. Ah, é importante saber que só podemos usar 160 caracteres para completar a frase. Não dá para escrever teses. É o novo mundo twitterizado. Habituem-se!

Eu participei, com este meu jeito sensível e carinhoso de ser, que tantos amigos me trouxe. A minha frase ficou assim:

  • Não jogar lixo na rua é bom para mim porque...mostra que não sou um animal, que os anos de educação (pais, sociedade...) afinal foram úteis e fizeram de mim um ser cívico, social e ético
A brincadeira me pareceu duplamente interessante. Primeiro porque o tema nos diz particularmente respeito, mas também porque a leitura das frases propostas me parece ser uma boa amostra do estado da psique do público em geral. Pareceu-me interessante ver o prisma adotado pela maioria dos participantes: precisamos fazer estas coisas para salvar o planeta, para cuidar do meio ambiente, para melhorar a qualidade da água, etc, etc! Longe de mim dizer que está errado, muito pelo contrário. Mas às vezes parece que “não “estamos” nesse tal planeta que queremos salvar. Como se fosse “ah, vamos tentar, se der, tudo bem... se não der, tudo bem também...”

Tentemos olhar para essas três perguntas sob o prisma antropologicamente e humanamente egoísta. Por que devemos fazer essas coisas, sem ser para o planeta? Porque, antes de tudo, é bom para nós, pessoas do tipo gente, como vocês e eu! Será que o instinto de sobrevivência e de auto-preservação das pessoas já está assim tão corrompido pela sociedade de consumo do século 21 (começou no século 19...), que algo tão transparentemente evidente não é visto? O ser bom para o planeta não é mais que um benefício colateral, por nós fazermos parte do dito cujo!

Duas histórias curtas para vocês:

  • Poupei cerca de R$ 850,00 em seis meses, graças a uma política de apagar/desligar tudo o que seja elétrico quando não está em uso. A minha fatura de eletricidade costumava ser de cerca de R$ 220,00 e hoje oscila entre R$ 70 e R$ 90 reais (dependendo da estação do ano). E estou a lutar para que a conta da água seja individualizada no meu prédio (quando passarem a sentir no bolso...).

  • Nos dois supermercados do meu bairro já me conhecem como “o gringo que não aceita sacolas”. E isso começou a gerar perguntas dos clientes, porque sou sempre abordado com humor sobre o assunto. E aí eu explico um pouco o porquê dessa atitude e vou conquistando, pouco a pouco, mais adeptos. Desde há cerca de seis meses reparei que agora um dos supermercados disponibiliza algumas caixas de cartão papelão (nas quais foram entregues os artigos que estão à venda no supermercado) para quem quiser usar. Três problemas resolvidos ao mesmo tempo: menos sacolas de plástico em circulação, menos lixo deitado fora pelo supermercado e mídia espontânea de clientes satisfeitos!
Paz!

2 comentários:

  1. Amei a sua frase!!! Onde é que se vota mesmo?

    Agora, a tal promoção tem um vício de origem: chama-se amigos do Mundo e as três frases são graciosamente egocentristas "isso é bom para mim, aquilo é bom para mim e mais isso é para mim também". Afinal, o mundo só "valapena" se for bom para mim! E os outros? Ah, eles que façam coisas boas para eles mesmos. Essa conta não vai fechar...

    Bjs.
    Sandra.

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  2. São egocentricas sim, infelizmente é um dos raros prismas que o individuo entende. Mas tenhamos esperança, o "resultado" das acoes individuais vai afetar o coletivo...para bem ou para mal :D

    PS; a votação é no Mundo CAIXA ;)

    Bj

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