segunda-feira, 25 de abril de 2011

E voltamos aos indicadores Ethos!

Indicadores Ethos, ring a bell? Se não souberem o que é cliquem aqui!

Este ano voltamos a fazer o preenchimento. É o segundo ano consecutivo. Sabemos que a avaliação infelizmente não será muito diferente da do ano passado. Pode até ser pior em alguns casos. Existe uma razão para isso. No ano passado, quando fizemos a avaliação pela primeira vez, pouco sabíamos sobre o assunto. A formação de comissões temáticas para tratar de temas tão variados quanto “Governança Corporativa”, “Clientes e Consumidores”, ou ainda “Público Interno” foi um desafio. Essas comissões tinham que ser heterogêneas e plurais para garantir um mínimo de isenção e consenso na avaliação da empresa no seu todo. E para isso acontecer, tínhamos que nivelar o conhecimento dos participantes e incentivar o debate. Ao mesmo tempo, tínhamos de convencer os executivos e diretores que o tempo que esses profissionais passavam/passariam nas reuniões de avaliação também faziam parte do escopo de atuação de cada empregado. A visão mais comum nas empresas é que discutir RSE ou sustentabilidade é falar de reciclagem e plantar arvores; ou seja, nada tem a ver com o negócio.

Decidimos então passar o ano em ações de sensibilização interna para a causa, chamar à participação, mostrar o quanto esses indicadores teriam impacto no negócio. Demos palestras, aulas, criamos grupos de discussão por email para não ser um elemento disruptor no dia-a-dia, conversamos com especialistas da área e com empresas parceiras que se encontram em estágios mais avançados de implementação...enfim. Como costumo dizer, ninguém disse que ia ser fácil. E o efeito da nossa atuação de hoje provavelmente só se verá daqui a 4 ou 5 anos. Imaginem como é difícil trabalhar com essa visão a tão longo prazo! É difícil para nós, para os nossos colegas, nosso chefes...

Depois disso tudo o que conseguimos? Do ponto de vista pratico e pragmático, ainda pouca coisa. Não foram feitas muitas ações concretas durante este ano, até porque a nossa área ainda se procurava, tentava encontrar o seu foco. Não somos RH, não somos comunicação interna, não somos claramente “negócio”, não somos administração, não somos operacionais, e, no entanto precisamos avidamente entender de todas essas disciplinas ao mesmo tempo. Sem o conhecimento e apoio de todas essas áreas não conseguimos influenciar as mudanças necessárias para nos tornarmos uma empresa socialmente responsável e sustentável. É obvio que essa avaliação está fundamentada no conceito do Ethos, mas é a que escolhemos, pelo menos por agora. A prazo seria fantástico conseguir seguir as recomendações da ISO 26000 de RSE, mas ainda estamos longe. Em contrapartida, a nossa maior evolução tem sido esse nivelamento de conhecimento entre os empregados que participam das comissões. Com o conhecimento, os membros das comissões se tornaram mais exigentes, mais criticas. Por isso temos a expectativa de pouca melhoria na avaliação, ou mesmo de conseguir piores notas este ano. Mas esse nivelamento também surtiu um pequeno efeito dominó pouco esperado: mais pessoas ficaram curiosas e se entusiasmam com a missão. E o melhor é que esse sentido critico não é aquela coisa de critica gratuita de quem só vê sempre o que está errado sem propor soluções (tenho a certeza que conhecem esses personagens...). Ele veio acompanhado de uma genuína vontade de contribuir para melhorar.

Em função disso cada comissão ganhou este ano o desafio de melhorar a sua própria nota na avaliação do ano 2011. A equipe de RSE da empresa será o braço operacional do que for definido pelas pessoas das comissões. O preenchimento deste ano, relativo ao ano 2010, será considerado o verdadeiro ano zero. As comissões que conseguirem atingir as suas metas ganharão prêmios. Sim, aprendi que o ser humano é um animal de incentivo. Tenho que saber tirar partido disso. Não importa muito como conseguimos mudar uma cultura empresarial. É um caso típico de “os fins justificam os meios”. A causa é boa. Estou entusiasmado!

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