segunda-feira, 17 de agosto de 2009

É importante saber se o candidato a um emprego deve dinheiro?

No almoço de hoje houve uma conversa muito interessante que partiu da seguinte simples pergunta: as empresa pesquisa o histórico financeiro e legal dos potenciais candidatos durante o processo seletivo?

A pergunta é interessante, pois segundo o artigo 1º da lei 9.029/95, é proibida a adoção de qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de acesso ou a manutenção da relação de emprego. Isso não impede, no entanto que a grande maioria das empresas faça essa pesquisa dos dados financeiros e/ou legais, sob o pretexto, dizem elas de protegerem os seus interesses, fato que também é protegido por uma lei. O problema está em não estar claro que interesses são esses.

E algumas empresas que não o fazem para não infringir a lei, usam consultorias de recrutamento que o fazem, infringindo assim indiretamente a lei. Onde está a ética e a responsabilidade social?

Por que me pareceu interessante a conversa? Porque a lógica dita que se alguma pessoa está endividada é precisamente o momento em que mais precisa trabalhar, recuperar o seu lugar na sociedade produtiva (a única que parece ter importância), a sua cidadania. Mas não. É esse o momento que as empresas escolhem para afastá-la do mundo profissional, hipotecando assim um pouco mais o seu futuro, afastando ainda mais do seu direito de prover para o seu futuro (ou neste caso, passado), e incentivar assim o desenvolvimento de uma espiral pessoal cada vez mais negativa. O mesmo acontece com os fatores legais. A tentativa de reinserção de pessoas que cometeram em algum momento um ato ilegal é muito dificultada pela mesma lógica. É obvio que não falo de recrutar foragidos, mas sim e unicamente de pessoas que estão legalmente em regra, mas têm um histórico problemático.

Parece-me que é mais um daqueles momentos que a corporação deve e pode usar do seu poder de ser um agente de mudança cultura, um motivador da inserção invés de um incentivador da proliferação do preconceito, preconceito esse que já se espalha tão facilmente...

E vejam que esse debate não é tão anódino assim, pois infelizmente a mesma leitura pode ser feita para o recrutamento de mulheres, negros, deficientes etc...

Gandhi dizia “seja a mudança que você quer ver no mundo!”

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A ética de Kant aplicada no dia-a-dia...


Há uns anos atrás saiu um filme que se chamava “Pay it forward” e que foi traduzido no Brasil por “A Corrente do Bem”, acho. O conceito/mensagem do filme era simples e facilmente replicável: o personagem principal do filme, uma criança, preconizava que para que o mundo ficasse melhor bastava que a cada boa ação que nós recebêssemos de uma pessoa desconhecida, pagássemos com 3 boas ações para 3 pessoas desconhecidas distintas. O fator “desconhecido” é importante pois partimos da premissa que para os conhecidos já fazemos boas ações. Com isso seria criada uma onda exponencial de sentimentos positivos que a prazo tomaria conta do mundo e faria do planeta azul (o 3º shopping a partir do sol) um lugar paradisíaco para viver. Conceito fantástico, mas de difícil aplicabilidade (ou não, talvez eu seja pessimista) por incluir o “outro” na equação. Ainda por cima um “outro” que desconhecemos (que redundante...). E sabemos o quanto é difícil lidar com os outros, não é? Sarte já dizia que “o inferno são os outros", ou seja, embora sejam eles que impossibilitem a concretização de meus projetos, colocando-se sempre no meu caminho, não posso evitar sua convivência.

No curso de gestão estratégica para a sustentabilidade ensinaram-me uma formula mais fácil de aplicar, com menos espaço para os tais “outros”. Baseia-se numa variação da definição de Ética segundo Kant: aja como se todos pudessem fazer o mesmo, como se a nossa ação pudesse se tornar lei universal. Tenho-me feito essa pergunta algumas vezes antes de agir, de falar, de tomar uma decisão etc. É um exercício relativamente fácil de fazer, se não formos extremistas na sua aplicação. E é fácil de explicar pois até o meu filho de 8 anos percebeu o conceito. Basta nos perguntarmos sempre que possível, antes de fazer o que seja “e se todos fizessem igual, como ficaria [preencher com o que quiserem: o mundo, a rua, a sociedade, a minha casa, a empresa, o banheiro, etc?

Hoje, ao voltar do almoço, vi um senhor fazer uma retorno entre dois semáforos de uma quadra comercial. E pensei logo nessa frase. E tenho a certeza que por mais “esperto” que ele fosse, se ele tivesse pensado nessa frase antes de tomar a decisão, teria continuado o caminho até o retorno que estava 30 metros acima...

...ou sou inocente demais?

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

O começo da jornada...

Oi tod@s,

Começa aqui um novo blog, uma nova jornada, com esta temática de como nos preparar para o novo mundo que vem aí.

Antes de mais vou contextualizar, me apresentar. Isso há de ajudar a perceber muito das opiniões aqui emitidas. Tenho (hoje) 37 anos, casado, 1 filho de 8 anos, e até uns meses atras eu era gerente de marketing e comunicação. Desde junho assumi a gerência de Responsabilidade social num grande grupo brasileiro.

Nasci na Guiné-Bissau, o que, por também ser uma ex-colonia lusitana, me garantiu a nacionalidade portuguesa . Vivo em Brasília à pouco mais de 3 anos (daí o português bizarro que terão o prazer de ler, esse no-man´s-land ortográfico, entre o português lisboeta e o português do brasil) onde espero me fixar para as próximas décadas, se tudo correr bem.

Este blog poderá vir a ter outros contribuintes/colaboradores, e o seu tema será esse mesmo que lhe deu o nome: Para um mundo melhor.

Sim, melhor. Porque bom ele já foi, segundo reza a lenda. O que pode ser feito para ele voltar a sê-lo? Quais foram ou são os erros do passado? Que incongruencias ainda acontecem no presente? Oq ue pode ser feito para corrigir o rumo do futuro?

Os posts poderão ser tristes, divertidos, animados, cáusticos, ironicos, cínicos, desesperados, euforicos etc, mas levem em conta que estão todos cheios de esperança. A mesma que me leva a escrever aqui.

Vamos lá?