quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Copenhagen e o futuro do mundo...


Pois é. Não podia deixar passar o assunto não é? Parece que as coisas não vão mudar muito, infelizmente. A China não arredou pé, os Estados Unidos não trouxeram nada de novo para a mesa, a Índia continua a defender a sua necessidade de desenvolvimento, o Brasil continua pedindo um custeio justo da compensação, a França continua a tentar encabeçar um movimento contra o qual ela mesma lutou no passado, e o sistema financeiro mundial se esfrega as mãos com a perspectiva de movimentos financeiros das próximas décadas. Enfim. O mundo olhava para a COP15 com esperança e parece que afinal não vai ser aquele fim de ano que sonhávamos, não é?

12 anos depois de Kyoto ainda discutimos como implementar um protocolo que fixava a data limite de 2012. Que loucura! Lembra-me aquela musica da banda australiana Midnight Oil, lembram? Parte da letra dizia algo como “como podemos dançar quando a terra gira, como podemos dormir se as camas estão queimando”. Basicamente os países ricos definiram uma forma de comprar a consciência por mais uns anos, e até colocaram uma etiqueta de preço nela: 100 bilhões de dólares! Esse é o preço de poder continuar na mesmice, dos ricos continuarem a enriquecer e os pobres ficarem cada vez mais pobres – como se isso ainda fosse possível...

O que podemos fazer para tentar mudar alguma coisa? Se o mundo desenvolvido ainda pensa prioritariamente no dinheiro e no lucro, talvez essa a única forma de mexer com o sistema. Se o consumo consciente passar a incorporar esse quesito “não compro produtos de países que não assinaram o protocolo de Kyoto”, talvez surtisse algum efeito.

É, sou esperançoso...

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Quando foi que empregado virou colaborador?


Nos últimos anos, provavelmente com a vontade de amenizar as relações empregador-empregado, passou-se a chamar o empregado ou funcionário de colaborador. Por curiosidade fui ver o que significava a palavra colaborador. Eis o que encontrei: adj. e s.m. Que ou aquele que colabora, que ajuda outro em suas funções. Que ou aquele que acidentalmente publica trabalhos em periódicos informativos, políticos ou literários.

O que isso quer dizer? Que embora o empregado ou funcionário possa se tornar um colaborador de vez em quando, essa não é a sua função principal. Não existe vínculo empregatício ou financeiro entre o colaborador e a entidade (que pode ser uma pessoa) com quem colabora. O empregado é pago para atender ás responsabilidades que tem com o seu cargo/função dentro da empresa onde trabalha. Aqui e ali, por razões que têm a ver com capacidade, experiência, habilidade, o empregado poderá colaborar em temas menos relevantes para a sua função, mas o seu objetivo principal na empresa/entidade onde trabalha é cumprir os objetivos pelos quais ele é pago, não é?

Porque esse assunto me pareceu tão relevante hoje? De alguma forma, sempre me pareceu uma posição pedante e hipócrita das empresas, sobretudo esta nova/velha vaga de empresas digitais, que criam ambientes de “colaboração” onde milhares de pessoas participam e, por serem apenas colaboradores não remunerados pelo seu trabalho. Todas as empresas que hoje trabalha comunidades, virtuais ou não, funcionam com esse mesmo modelo. O youtube é um dos melhores e mais evidentes exemplos. A empresa ganha milhões de dólares em publicidade e marketing pelo trafego gerado pelos seus queridos colaboradores que disponibilizam os seus vídeos online. E não fica por aí. As marcas hoje, através das suas geniais agências de publicidade pedem à comunidade (um grupo de colaboradores) para dar idéias para os novos anúncios. É assim mesmo. Hoje, o próprio consumidor é que diz como ele deve ser o anuncio que o fará consumir o produto. É lindo! Os colaboradores permitiram isso :D

E o mais interessante é que durante a segunda guerra mundial, colaboradores era aqueles que ajudavam os nazis no seu empreendimento de eliminação dos judeus da superfície da terra. Bela colaboração...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

O desafio do consumo consciente


Será que recusar sacola de plástico vai virar moda? Ontem encontrei um caixa de supermercado indignado porque 3 clientes sucessivos, entre os quais eu estava, recusaram sacolas de plástico. Isso fez-me pensar na questão abrangente do consumo consciente, o que isso envolve, que impactos existem, como agir etc, etc.
Existem tantas vertentes de consumo consciente: comércio justo, comércio local, produtos orgânicos e naturais, não-desperdício, etc. De todos os conceitos que vi por aí talvez pudéssemos resumir o consumo consciente a aquele que faz uma análise mais abrangente da cadeia de valores impactada pela compra. Por exemplo, quando vou comprar um quilo de açúcar, não me limito em avaliar o preço e qualidade do produto. Também verifico o fabricante, de onde vem, se tem algum selo que certifica a origem e método de produção, se é natural, se a embalagem é nociva para o meio ambiente, se vou conseguir consumir tudo antes da data limite de consumo, etc.
Pois é, exige um pouco mais de atenção e educação da nossa parte, e às vezes também mais dinheiro. Infelizmente, até o consumo consciente se democratizar, alguns pagarão um preço mais caro, pela simples lógica da economia de escala. O que não quer dizer que alguns fornecedores não se aproveitem também um pouco, nesse meio tempo. Mas se eu posso ser um incentivador do movimento, os 30 ou 50 centavos que vou pagar a mais no quilo de açúcar valem bem a pena, se como isso consigo garantir que o produtor vai ganhar a sua parte justamente, que não vai haver trabalho infantil ou forçado pelo meio, e assim em seguida.
Eu acredito muito no poder do consumidor. A sociedade moderna inteira está construída à volta do consumo. Sendo assim, se ele for informado, não tenho duvida nenhuma que fará a escolha correta quando chegado o momento. Eu mesmo mudei certos padrões da minha vida por influencia direta de terceiros, alguns mais próximos como o filho (bom trabalho da escola em geral), outros mais afastados como amigos ou colegas de trabalho. Deixei de colocar gasolina em carros flex mesmo quando era financeiramente mais interessante. A escolha de encarar as decisões perante o prisma da sustentabilidade é um caminho difícil, mas é uma escolha individual antes de tudo. Eu tenho tentado fazer as minhas...

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Mulheres em espaço de poder


Há umas semanas atrás estive no 5º encontro regional para o Fortalecimento da Equidade de Gênero, que aconteceu no Teatro da CAIXA, e teve por tema central "Mulheres em espaço de poder". Embora não tenha conseguido ficar o dia inteiro, a manhã do encontro foi rica em discussões. Gostei particularmente do discurso de uma deputada do Rio Grande do Sul, chamada Emília Fernandes (e fiquei com muita pena de não ter podido ouvir a deputada distrital Erika Kokai). Não vou repetir o que foi dito, pois o tema não caberia num único posto. Fica só o registro do quanto admiro a coragem dessas mulheres que abraçam este combate contra a cultura machista vigente. Como elas mesmas dizem, muito já foi conseguido, mas muito mais ainda resta por conseguir. Mas duas coisas muito específicas chamaram-me a atenção nessa manhã:
  • Entre as várias coisas que a Emília Fernandes disse, uma deixou a platéia de boca aberta: até meados dos anos 90 o senado não tinha suficientes banheiros femininos! Assustador não é? Quem pensaria em algo tão inócuo assim? E provavelmente ninguém se queixava porque a representatividade das mulheres era tão baixa...
  • A outra coisa que me chamou a atenção foi o técnico negro que operava o computador onde passavam as apresentações. Durante as varias intervenções sobre o tema, lá estava ele, obediente, mudando as telas sob o comando das palestrantes. E me perguntei até que ponto ele entendia do que se tratava? O que ele pensava sobre o assunto? Será que ele achava isso tudo uma palhaçada? Será que concordava ou discordava? Mais ainda, se concordasse, será que ele entendia o quanto esse combate também é o dele? Ou será que “estava nem aí”, unicamente preocupado com o trabalho minimamente bem feito?
Esses dois pontos têm em comum mostrar o quanto a mudança de cultura é difícil de atingir. Mas é necessária e vital para a construção de sociedades mais justas. E o trabalho que está pela frente parece dantesco, sobretudo se continuarmos a ver que a corrupção e o mundo político andam continuamente de mãos dadas, que forças não tão ocultas assim, antes pelo contrário, continuarão a zelar pela continuidade do status quo. Volto a salientar a importância da educação, e do cidadão comum. Esses dois, juntos poderão levar mais eqüidade para as instituições que nos governam. Ou talvez tenhamos muito que aprender com as tribos das Ilhas Bijagós, parte do país onde nasci, que são o único exemplo conhecido, de uma sociedade 100% matriarcal :)

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Quem matou o carro elétrico?

Há poucos dias vi um documentário que recomendo muito, chamado “quem matou o carro elétrico” de Chris Paine (http://www.2001video.com.br/detalhes_produto_extra_dvd.asp?produto=15146). Fascinante e assustador! Fascinante porque descobri que nos Estados Unidos, durante os anos 90 já tinha existido a produção em massa de um carro elétrico produzido pela GM (sim, sim!), rápido, econômico, confortável e não poluente, que se vendeu milhares de unidades, que todos os donos estavam felizes com o veiculo que contribuiu para dar uma perspectiva de sustentabilidade tão desejada pela indústria automobilística. Repito: no anos 90! Era o EV1 (vide imagem).

E assustador porque o projeto que tantos resultados positivos deu acabou por ser pulverizado (quase literalmente, pois não sobrou nada dele) por lobbies ligados à indústria petrolífera. O projeto foi tão bem combatido por todos os lados que todas as unidades vendidas (salvo erro + 100 mil) foram recolhidas e destruídas. Isso mesmo destruídas, como se destrói provas de um crime (vide imagem).

Hoje, 2009, sabemos que a GM, depois de ter voltado e apostado nas décadas seguintes ao fim do carro elétrico, na produção de veículos que funcionam com combustíveis fósseis (e quanto combustível...) faliu e teve que ser resgatada pelo governo norte-americano. Quanta amarga ironia! E que sentimento de impotência sentimos, não é? Um produto que tinha tudo de bom para a humanidade (coisa raríssima) foi retirado do mercado e destruído, para que um grupo seleto pudesse continuar a lucrar enquanto fosse possível. Digo enquanto fosse possível porque mesmo esse grupo seleto sabia que os combustíveis fósseis vão acabar. Gente, não sou muito de teorias da conspiração, mas historias como estas tiram o sono de qualquer ser humano bem intencionado.

Como a esperança é a ultima que morre, eu espero que pelo menos a lição tenha sido aprendida, e que o fenômeno agora mais alastrado, de carros que funcionam com energias alternativas menos nocivas para o planeta, seja uma tendência que chegou para ficar.

Eu moro em Brasília e não tenho carro, não por opção mas porque não tinha dinheiro para comprar e não considerava o endividamento. No mês passado fiz contas e pensei em comprar um mas acho que entretanto estou a mudar de idéia. É mais difícil viver sem carro, sobretudo em Brasília, uma cidade sem passeios (calcada) e um pouco hostil ao peão. Mas ainda assim dá para viver, entre ônibus e os eventuais taxis para destinos menos bem servidos. Acho que vou agüentar mais um pouco... pelo menos até puder comprar um carro elétrico ou assim ;)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Missão, visão e valores empresariais partilhados...


No outro dia perguntei-me de onde veio essa coisa das empresas terem de ter missão, valores etc, e como essas declarações são construídas. Pesquisei um pouco e descobri que o conceito vem de “missão religiosa”, um propósito de vida do missionário. Embora a pseudo-descoberta tenha sido interessante, não é esse o meu foco de interesse.

O que me sempre chamou a atenção é o fato de 9 em 10 empregados serem completamente alheios à missão, visão e valores das empresas onde trabalham. Sempre percebi esses conceitos, oriundos do planejamento estratégico da organização, como sendo O elemento norteador da mesma, algo que serve de referencia precisamente nos momentos de dúvida, algo pelo qual tod@s deveriam se empenhar e alinhar. Depois de múltiplas conversas com pessoas dentro e fora das empresas e deu para levantar pelo menos 2 razões mais evidentes:
  1. o planejamento estratégico das empresas ainda não é levado 100% a sério. Ainda é um momento reservado para que os gestores e diretores validem a sua visão comum, e algumas vezes míope, da organização. E conseqüentemente, reinam as frases fáceis tais como “ser a empresa líder no seu segmento de atuação” ou “ser conhecida pela excelência dos seus serviços e seu atendimento ao cliente”. E as frases em si, assustadoramente sem imaginação e encharcadas de obviedades, não seriam problemáticas se não fosse a falta de coerência entre o discurso e a prática. Não planeje o que você sabe que não vai conseguir atingir só porque “fica bonito para o mercado”. É uma atitude irresponsável e perigosa para a própria organização. Para ser eficaz, o planejamento tem de ser entendido como um produto interno, portanto honesto, bruto, democraticamente discutido, consensualmente aceito (mesmo que seja alinhado com a decisão da diretoria), sem floreados marketeiros, e sobretudo, coerente com os meios disponíveis e/ou disponibilizados para atingir os desafios nele traçados.
  2. a outra razão tem certamente a ver com a falta de envolvimento dos empregados. E isso é estranho na medida que eles serão largamente responsáveis pelo atingimento ou não dos objetivos e metas oriundos do planejamento. É obvio que é um pesadelo logístico envolver tod@s os empregados no planejamento estratégico, sem falar com a dificuldade em chegar a um consenso. Mas sem, pelo menos a representatividade destes no planejamento, os conceitos serão sempre entendidos com ordens a ser cumpridas sem discussão, quando poderia ser entendidas como diretrizes às quais se reportar em caso de duvidas. É a diferença gigantesca entre eu, empregado, me sentir mais um parafuso numa máquina ou engrenagem que vai numa direção que desconheço ou, eu saber que estou a ajudar a empurrar a mesma máquina numa direção que consigo vislumbrar sempre que quiser espreitar em cima do ombro do meu colega. Por mais que eu não seja um grande fã do processo democrático (já falei disso...) reconheço que representatividade ajuda muito!
Um bom dia para tod@s!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Ouvir o cliente é bom para o negócio?


O ponto de interrogação é de propósito. Em 2009 ainda existem empresas que duvidam da resposta. Este mês eu vivi isso da melhor forma: queria comprar um carro, visitei os sites de diversas marcas e quando quis pedir orçamentos e propostas, os sites ou não tinha isso num lugar evidente (problema de arquitetura de informação e/ou de usabilidade) ou pior, tinham mas não funcionava (9 em 10 emails que enviei voltaram). Surreal. Lembro-me de 2 momentos no tempo:
  • A mercearia do Sr Antônio, no bairro onde eu morava em Lisboa. Aquele senhor, cuja mercearia tinha TUDO (mesmo, como na foto ao lado) sabia de coisas da minha vida que eu não imaginava. Sabia o que eu precisava, quando precisava, quanto precisava, e havia sempre alguma coisa que eu tinha que experimentar, pois ele sabia que eu ia gostar. Era quase assustador. E ele conseguia essas informações com perguntas inócuas, no meio da conversa, entre a entrega dos ovos e das laranjas, e a fofoca do dia do bairro.
  • Nos anos 90 e 2000 surgiu o CRM (Customer Relationship Management), ou, num formato menos pedante, gestão do relacionamento com o cliente. E como veio numa época de alta tecnologia, foi muito associado a ferramenta, a software e hardware e menos a inteligência de negócio. Foi o momento de se gastar fortunas em produtos que demoravam anos a ser implantados, que precisavam de especialistas, estratégias etc. Naquela altura os geeks que vendiam as ferramentas de CRM tinham propositadamente omitido o fato que CRM é um estado de espírito antes de ser ferramenta.
O Sr Antonio já praticava CRM bem antes de se chamar CRM. Antigamente isso chamava-se “tratar bem o meu cliente, fidelizá-lo, cuidar do negócio”. A base do CRM está precisamente em ouvir o cliente em todas as suas formas de comunicação (direta, indireta...). A época do “vendedor pitbull” veio deixar a impressão que o cliente nunca sabe o que quer, que se lhe pode vender qualquer tralha. Pois hoje, num universo de consumo cada vez mais impregnado de bits e bytes, de Internet, de coisas gratuitas disponíveis para tod@s (ver “long tail”), as empresas que saem na frente são aquelas que conseguem manter o dedo no pulso do cliente, para bem e para mal. Saber ouvir o meu cliente ajuda-me a sentir as tendências do mercado muito antes da concorrência, contribui para solidificar a relação do cliente com a minha marca fazendo dele o meu melhor representante comercial porque ele se sente envolvido e acompanhado. Ouvir o cliente envolve saber cada vez mais sobre ele, para melhor adequar a oferta às necessidades dele, ao seu desenvolvimento e crescimento. Existem empresas que, com uma base de informação gerada pelas interações com o cliente, conseguem acompanhar a mesma pessoa através de várias fases da vida (adolescente, jovem profissional, vida de casal, crianças, etc...). Pode parecer tão evidente, mas a verdade é que hoje ainda se houve o adágio “eu é sei o que o meu cliente quer!”. Não existe outra forma de saber o que o cliente quer se não for perguntando para ele.

E o que a responsabilidade social da empresa tema ver com isso? Tudo! Quantas empresas têm sistemas de atendimento ao publico deficientes? Quem nunca se enfureceu num 0800? Quem nunca lidou com profissionais incompetentes que só pensam em atingir as suas metas sem a menor consideração para o consumidor?

E o melhor é que, antes disso tudo ser uma demonstração clara de falta de consideração pelas pessoas, de respeito pelas leis de proteção dos consumidores, é sobretudo uma péssima estratégia de negócio!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A geração futura e o mundo

Há dias recebi uma provocação de um amigo sob o formato da seguinte frase: todo mundo fala de deixar o mundo melhor para os nossos filhos, mas ninguém fala de deixar os nossos filhos melhores para o mundo.

Faz sentido não? Num mundo onde o consumismo desenfreado é uma das raras referencias uniformizadas que as crianças têm, como convencê-las a pensar no amanhã? Ao mesmo tempo que @s baixinh@s são provocadores da mudança em nós – que pai ainda não foi acoimado pel@ filho@ por deixar a água correr ao lavar os dentes, por fumar, por dizer algum palavrão, etc? – também existe o reverso da moeda. Não é raro nos nossos dias, em que nós, pais, passamos imenso tempo longe de casa por causa da necessidade de trabalhar para garantir a subsistência, que tentemos compensar com presentes e laissez-faire. Na maior parte das vezes o que obtemos são crianças supermimadas, sem noção de limites, com poucas referências de educação e respeito, tanto pelos mais velhos como pelas instituições, pela diferença, pelo “outro” em geral. Quantas vezes ouvimos falar aqui em Brasília, que as famosas gangs de rua, contrariamente ao que se poderia pensar, não são compostas por adolescentes oriundos de comunidades carentes encurraladas fora da cidade, mas sim de filhos de boas famílias do Plano Piloto? E infelizmente o fenômeno não é exclusividade de Brasília. Ele se repete em outras grandes cidades do Brasil e do Mundo.

Então percebemos a função importante da educação. E não é unicamente da educação no sentido escola/universidade/etc. Mais uma vez – como tudo o que tem a ver com sustentabilidade – trata-se de ser abrangente, inclusivo e coerente.


De nada serve a criança ouvir falar de respeito na escola, se em casa o padrão é a falta dele. De nada serve a criança ouvir falar de tolerância à diferença em casa se na escola a uniformidade é cultivada. De nada vai servir a criança ouvir falar na escola de cuidar do planeta se em casa reina o desconhecimento total dos bem-feitos da reciclagem. De nada serve falar em casa de liberdade de culto (ou de não culto) se na escola se ensinar a religião católica. De nada serve a criança ouvir falar na escola de equidade entre mulher e homem se em casa a mãe está sempre na cozinha e o pai frente à televisão. E por fim, de nada serve falar de laicidade do estado se depois aparece uma lei que obriga entre outros à inclusão do ensino religioso nas escolas publicas.

Para contribuir para que a próxima geração trate bem as pessoas e o planeta temos que dar o exemplo. É preciso então abrangência, inclusão e coerência. Abrangência no sentido de aplicar a mudança de paradigma a todas as áreas da nossa vida, inclusão para pensar em todos ao mesmo tempo (vejam o post anterior sobre isso), e coerência para que de fato as fundações sejam sólidas e sem buracos de raciocínio ;)

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Como melhorar a educação pública?


Tanto em Portugal como no Brasil o consenso é que a educação pública é péssima. Hoje em Portugal o assunto até custou a maioria ao governo nas eleições legislativas. No Brasil o discurso parece ser idêntico. A maioria dos pais quase que não considera colocar os filhos em escolas públicas, com medo que isso represente um handicap para o futuro das crianças. Na palestra de abertura conferencia do Ethos 2009 o educador colombiano Bernardo Toro fez uma simples pergunta à platéia: quem tem o(s) filho(s) em escolas ou universidades públicas? Das cerca de 800 pessoas presentes, menos de 10 levantaram a mão. E eu não fui uma delas. Foi um choque de realidade edificante. A essa pergunta, Bernardo continuou com outra: como querem que a educação pública melhore se não somos usuários do sistema? Ou melhor, que direito temos nós de exigir isso dos governantes – que nós lá colocamos para nos servir – se os nossos filhos são alunos de escolas/universidades privadas, que na sua grande maioria são medíocres operações de marketing educativo (aliás, lembrem-me de falar disto em outra entrada deste blog, ok?). É uma hipocrisia gigantesca da nossa parte, e incluo-me no grupo dos hipócritas.

Para mim foi mais um daqueles momentos que definem um caminho, uma escolha, um posicionamento. No dia seguinte conversei com a minha cara metade, sobre a possibilidade de trocarmos a escola do baixinho. Coincidentemente ela também achou boa idéia, mas aproveitou para me lembrar que isso quer dizer que teríamos que estar muito mais envolvidos na educação dele, desafio que encaramos na boa. Recolhemos opinião de familiares e amigos, surpreendentemente positivas no cômputo geral, e desde então estamos à procura da melhor opção. Pode ser que em Brasília essa decisão seja mais fácil do que em outros lugares por talvez existirem ainda boas escolas publica na cidade. O estranho é que mesmo assim a maioria dos pais preferem o privado. E mesmo no grupo de pessoas informadas que entendem importância da decisão, algumas me disseram quem íamos “jogar com o futuro dos outros”. Vai ser uma caminhada longa.

O ultimo ponto que queria tocar sobre o mesmo assunto, é um projeto lei que supostamente obrigaria os representantes eleitos a colocar os filhos no sistema educacional público e a usar também o sistema de saúde público. Infelizmente não encontrei nenhuma informação. Não deixa de ser um assunto importante de ser discutido pela sociedade civil. Eu sou 100% a favor dessa lei. É simplesmente uma questão de coerência!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Uma história de benefícios colaterais...


Lembram do efeito borboleta? Dizia algo como “o bater das asas de uma borboleta num extremo do globo terrestre, pode provocar uma tormenta no outro extremo no intervalo de tempo de semanas”.

Tenho uma história para vos contar. Alguns de vocês ouviram na mídia a notícia da entrega de 54 casas para os membros da Reciclo, uma cooperativa de catadores de lixo. As casas, situadas no Riacho Fundo II, têm de cerca de 40 metros quadrados, contam com sala, cozinha, banheiro e dois quartos, além de itens de ecoeficiência, como aquecimento solar alternativo, que, além da proteção ambiental, proporcionará significativa redução no valor da conta de luz dos beneficiados. Estive presente na cerimônia de entrega e imagina a emoção de quem entra em casa própria pela primeira vez, depois de ter vivido em baixo de pontes ou em casebres de lata e papelão.

A história que levou a esse momento é um exemplo de como a ação de uma pessoa importa e pode surtir efeitos. Um colega de trabalho nosso, Lisarb Mello, empregado da FENAE Federação, passeava de bicicleta um dia e passou perto de um agrupamento de famílias, situado num terreno invadido em Taguatinga (DF). Ao observar a situação precária em que viviam - barracos de lona, sem água potável nem luz elétrica, vivendo da venda da coletada de lixo, dividindo o espaço com a rede elétrica da área, que provocava curtos-circuitos e choques constantes – ele decidiu ajudar e trabalhar com eles alguma forma de associativismo para que, juntos, pudessem gerar maiores benefícios para toda a comunidade. A participação dele acabou por contar com o apoio de colegas e da própria empresa, que disponibilizou a sua estrutura para ajudar no que fosse necessário. Pouco a pouco se gerou uma “corrente do bem” que possibilitou não só a formalização da Cooperativa, mas também a “adoção” da mesma pela CAIXA. A Cooperativa passou a fazer a coleta do lixo em algumas unidades da CAIXA e assim acabou por entrar no CAIXA ODM, que possibilitou a posterior entrega das casas acima citadas. O mais extraordinário disso tudo é que a obtenção das casas nunca foi um objetivo das pessoas envolvidas. O objetivo principal sempre foi ajudar a criar uma estrutura que pudesse gerar e gerir renda de forma consistente, para que isso a prazo proporcionasse condições de vida dignas para os cooperados – inclusive moradia. Num mundo que fala muito de dano cloateral, as casa são, claramente um benefício colateral :D

Sempre fico fascinado com a capacidade que o ser humano tem de se engajar com causas. Vindo do universo 100% corporativo, procuro que nem ouro, saber o que provoca nas pessoas essa motivação absurdamente altruísta.

Se alguém souber...

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Mundo democrático ou mundo inclusivo?

Trabalhar com RSE e sustentabilidade é um permanente exercício funambulesco, onde cada passo que damos põe em causa todo o caminho trilhado e obriga a recalcular a trajetória pela frente.

Eu nunca tive muito conforto com esta coisa chamada democracia. A lei da maioria nunca me pareceu fazer sentido, sobretudo em um mundo onde ainda hoje a maioria não tem acesso às chamadas condições básicas de vida digna – alimentação, saúde e educação. E a democracia envolve que essa maioria desnutrida, doente e deseducada faça escolhas conscientes sobre o seu futuro. Já experimentaram escolher roupa quando estão com muita fome? Ou votar num político quando estão com febre? Ou ainda opinar sobre o um assunto sem informação para fundamentar a escolha? Eu sei que não consigo.


No meu exame de fim do secundário, o tema da dissertação de filosofia era algo como “se assumimos que a sabedoria é um atributo de poucos, porque seguimos a decisão da maioria?”. A essa pergunta eu sempre me vi responder que a democracia com todos os seus defeitos, de todos os sistemas conhecidos de gestão de sociedades civis, é o “menos mau”. Tenho tendência em discordar. A análise fria dos números, desde que a democracia vai avançando no planeta azul mostra que o número de mortos em guerras aumentou, a desigualdade social disparou, os movimentos extremistas (políticos e religiosos) fortaleceram, e nem falo do ritmo de destruição dos recursos naturais. Mas isso é outra historia.

O que eu queria realmente salientar é a violenta mudança de paradigma que a sustentabilidade obriga: de um mundo democrático precisamos pensar em um mundo inclusivo.

A lei da maioria não pode ser bússola se pelo caminho ficarem muitos. O tal Mundo melhor, de certeza que não será melhor se só alguns lá chegarem. Temos que chegar juntos, pobres e ricos, fortes e fracos, mulheres e homens, pretos, brancos, coloridos, heterossexuais e homossexuais, jovens e velhos, deficientes ou não, criacionistas e evolucionista, religiosos e ateus, com deus/allah/Jeová/etc, o que seja (posso continuar horas...). Aqueles que se acham respaldados pela ilusão da maioria democrática precisam rever urgentemente os seus princípios.

A palavra de ordem é inclusão, um conceito absolutamente oposto à exclusão naturalmente gerada pela maioria democrática. Ou todos, ou ninguém...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Publicidade desastrosa da Unimed

Eu não consigo perceber COMO é possível uma publicidade destas aparacer no nosso milênio. Já pesquisei pela net por algum posicionamento da Unimed, alguma colocação dizendo que é hoax (mentira, trote) ou pedindo desculpa pelo erro, e nada... silencio total. Fui até no site deles e para minha surpresa não encontrei nenhum canal para falar com eles (pode ser falta de atenção minha ou o trabalho de um pessimo arquiteto de informação...).

O pior de tudo é que as pessoas que falam do assunto por aí, falam com o tom de piada, ninguém se indigna ou escreve para a Unimed para pedir explicações...

Quem mundo...


terça-feira, 1 de setembro de 2009

A discriminação da mulher no mundo corporativo

Discriminação (latim discriminatio, -onis, separação),s. f.
  1. Ato ou efeito de discriminar = distinção
  2. Ato de colocar algo ou alguém de parte
  3. Tratamento desigual ou injusto dado a uma pessoa ou grupo, com base em preconceitos de alguma ordem, nomeadamente sexual, religioso, étnico, etc.
Durante muito tempo discordei com as ações chamadas de “discriminação positiva”. É, para mim descriminação é discriminação e não existe nada de positivo nela. Distinguir uma pessoa de outra unicamente por características que em nada dependem dela (para bem e para mal) é, por definição, algo profundamente injusto. Com essa premissa básica, sempre fui contra o sistema de cotas para seja o que for.

Com o passar do tempo talvez venho perdendo a inocência, a sensação que a justiça prevalece, o bem vencerá etc, etc, e surpreendo-me a pensar que infelizmente a justiça e o bem precisam de um empurrão de vez em quando. No mundo do trabalho isso é tão visível quando se trata da mulher. Em muitas empresas encontramos uma maioria de mulheres, sem que no entanto essa representatividade se mantenha nos cargos decisórios. E sabemos todos que não é por incompetência nem por falta de inteligência ou ainda de disponibilidade. O preconceito da sociedade em geral reduz as mulheres à sua capacidade reprodutiva – e mesmo nesse tema ela não tem todo o domínio, já que essa mesma sociedade diz que ela não pode fazer do corpo dela o que bem entender, mas isso é outra história – e transfere para o homem o papel de provedor, sem pedir a opinião de nenhum dos dois. Resultado, quando as mulheres tentam se inserir no mercado do trabalho, depois de devidamente capacitadas, fazem face a todo o tipo de dificuldade:
  • Se ainda não teve filhos é porque vai ter
  • Se já teve filhos é porque vai ter que faltar por causa deles
  • O mercado de trabalho é duro e implacável e a mulher não se enquadra
  • Tem de encarar o assédio e falta de respeito dos homens: a grande maioria de mulheres não se queixa de assédio, mesmo quando esse acontece de fato e é humilhante
  • Se sobe na carreira é porque ou não é feminina - é muito “homem” - ou pior, pagou com favores sexuais
  • Falta-lhe pragmatismo para os negócios
  • Etc, etc (infelizmente poderia continuar horas)..
E isso tudo acontece a aquele que a sociedade politicamente correta chamava até há pouco tempo de sexo fraco. Que coisa absolutamente incongruente! Mas então se é fraco não deveríamos precisamente ajudar? E olhem que eu parto propositadamente dessa premissa profundamente discutível.

Até há bem pouco tempo eu acreditava que, agora que os conceitos de sustentabilidade e de responsabilidade social empresarial estavam pouco a pouco e entrar na estratégias das empresas, a mulher (e o negro, e o índio, e o deficiente, e o homossexual, e o adolescente aprendiz etc...) ia conquistar progressiva e justamente o seu lugar. Pois bem amig@s, sabemos que a realidade ainda assim continua outra. Só foi preciso uma mulher me lembrar um principio básico de física: 2 corpos não podem ocupar o mesmo espaço finito. Portanto, para a mulher ocupar mais espaço na sociedade, nas empresas, o homem tem de estar disposto a abdicar da mesma proporção de espaço. Simples!

E como isso pode acontecer? Aí entra a famigerada discriminação positiva: se existe falta de mulheres em cargos decisórios, então vamos recrutar mulheres!

Vai ser fácil? Não! Mas como Kennedy já dizia aos seus conterrâneos nos anos 60, quando tentava galvanizar os espíritos para conquista do espaço: “escolhemos ir à Lua nesta década, não porque elas são fáceis, mas porque eles são difíceis, porque esse objetivo vai servir para organizar e medir o melhor de nossas energias e capacidades, porque esse é um desafio que estamos dispostos a aceitar, um desafio que não estamos dispostos a adiar e que pretendemos vencer!”

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

É importante saber se o candidato a um emprego deve dinheiro?

No almoço de hoje houve uma conversa muito interessante que partiu da seguinte simples pergunta: as empresa pesquisa o histórico financeiro e legal dos potenciais candidatos durante o processo seletivo?

A pergunta é interessante, pois segundo o artigo 1º da lei 9.029/95, é proibida a adoção de qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de acesso ou a manutenção da relação de emprego. Isso não impede, no entanto que a grande maioria das empresas faça essa pesquisa dos dados financeiros e/ou legais, sob o pretexto, dizem elas de protegerem os seus interesses, fato que também é protegido por uma lei. O problema está em não estar claro que interesses são esses.

E algumas empresas que não o fazem para não infringir a lei, usam consultorias de recrutamento que o fazem, infringindo assim indiretamente a lei. Onde está a ética e a responsabilidade social?

Por que me pareceu interessante a conversa? Porque a lógica dita que se alguma pessoa está endividada é precisamente o momento em que mais precisa trabalhar, recuperar o seu lugar na sociedade produtiva (a única que parece ter importância), a sua cidadania. Mas não. É esse o momento que as empresas escolhem para afastá-la do mundo profissional, hipotecando assim um pouco mais o seu futuro, afastando ainda mais do seu direito de prover para o seu futuro (ou neste caso, passado), e incentivar assim o desenvolvimento de uma espiral pessoal cada vez mais negativa. O mesmo acontece com os fatores legais. A tentativa de reinserção de pessoas que cometeram em algum momento um ato ilegal é muito dificultada pela mesma lógica. É obvio que não falo de recrutar foragidos, mas sim e unicamente de pessoas que estão legalmente em regra, mas têm um histórico problemático.

Parece-me que é mais um daqueles momentos que a corporação deve e pode usar do seu poder de ser um agente de mudança cultura, um motivador da inserção invés de um incentivador da proliferação do preconceito, preconceito esse que já se espalha tão facilmente...

E vejam que esse debate não é tão anódino assim, pois infelizmente a mesma leitura pode ser feita para o recrutamento de mulheres, negros, deficientes etc...

Gandhi dizia “seja a mudança que você quer ver no mundo!”

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A ética de Kant aplicada no dia-a-dia...


Há uns anos atrás saiu um filme que se chamava “Pay it forward” e que foi traduzido no Brasil por “A Corrente do Bem”, acho. O conceito/mensagem do filme era simples e facilmente replicável: o personagem principal do filme, uma criança, preconizava que para que o mundo ficasse melhor bastava que a cada boa ação que nós recebêssemos de uma pessoa desconhecida, pagássemos com 3 boas ações para 3 pessoas desconhecidas distintas. O fator “desconhecido” é importante pois partimos da premissa que para os conhecidos já fazemos boas ações. Com isso seria criada uma onda exponencial de sentimentos positivos que a prazo tomaria conta do mundo e faria do planeta azul (o 3º shopping a partir do sol) um lugar paradisíaco para viver. Conceito fantástico, mas de difícil aplicabilidade (ou não, talvez eu seja pessimista) por incluir o “outro” na equação. Ainda por cima um “outro” que desconhecemos (que redundante...). E sabemos o quanto é difícil lidar com os outros, não é? Sarte já dizia que “o inferno são os outros", ou seja, embora sejam eles que impossibilitem a concretização de meus projetos, colocando-se sempre no meu caminho, não posso evitar sua convivência.

No curso de gestão estratégica para a sustentabilidade ensinaram-me uma formula mais fácil de aplicar, com menos espaço para os tais “outros”. Baseia-se numa variação da definição de Ética segundo Kant: aja como se todos pudessem fazer o mesmo, como se a nossa ação pudesse se tornar lei universal. Tenho-me feito essa pergunta algumas vezes antes de agir, de falar, de tomar uma decisão etc. É um exercício relativamente fácil de fazer, se não formos extremistas na sua aplicação. E é fácil de explicar pois até o meu filho de 8 anos percebeu o conceito. Basta nos perguntarmos sempre que possível, antes de fazer o que seja “e se todos fizessem igual, como ficaria [preencher com o que quiserem: o mundo, a rua, a sociedade, a minha casa, a empresa, o banheiro, etc?

Hoje, ao voltar do almoço, vi um senhor fazer uma retorno entre dois semáforos de uma quadra comercial. E pensei logo nessa frase. E tenho a certeza que por mais “esperto” que ele fosse, se ele tivesse pensado nessa frase antes de tomar a decisão, teria continuado o caminho até o retorno que estava 30 metros acima...

...ou sou inocente demais?

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

O começo da jornada...

Oi tod@s,

Começa aqui um novo blog, uma nova jornada, com esta temática de como nos preparar para o novo mundo que vem aí.

Antes de mais vou contextualizar, me apresentar. Isso há de ajudar a perceber muito das opiniões aqui emitidas. Tenho (hoje) 37 anos, casado, 1 filho de 8 anos, e até uns meses atras eu era gerente de marketing e comunicação. Desde junho assumi a gerência de Responsabilidade social num grande grupo brasileiro.

Nasci na Guiné-Bissau, o que, por também ser uma ex-colonia lusitana, me garantiu a nacionalidade portuguesa . Vivo em Brasília à pouco mais de 3 anos (daí o português bizarro que terão o prazer de ler, esse no-man´s-land ortográfico, entre o português lisboeta e o português do brasil) onde espero me fixar para as próximas décadas, se tudo correr bem.

Este blog poderá vir a ter outros contribuintes/colaboradores, e o seu tema será esse mesmo que lhe deu o nome: Para um mundo melhor.

Sim, melhor. Porque bom ele já foi, segundo reza a lenda. O que pode ser feito para ele voltar a sê-lo? Quais foram ou são os erros do passado? Que incongruencias ainda acontecem no presente? Oq ue pode ser feito para corrigir o rumo do futuro?

Os posts poderão ser tristes, divertidos, animados, cáusticos, ironicos, cínicos, desesperados, euforicos etc, mas levem em conta que estão todos cheios de esperança. A mesma que me leva a escrever aqui.

Vamos lá?