segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Haiti, ou o prólogo de um planeta que não nos quer mais?


Acabaram as férias. E a inocencia. E de que forma!

Mais de 50 mil mortos de uma só vez! É um numero tão grande que é difícil vislumbrar o que isso representa, não é? No maremoto asiático de há 3 anos atrás forma outros 200 mil. Assustador.

E, por mais que o mundo inteiro se mobilize para ajudar o país assolado pela catástrofe fica sempre um desesperado sentimento de impotência perante os fatos: milhares de mortos, milhares de órfãos, infra-estrutura destruída, estado de sítio total do país. E, como sempre acontece nessa situação, surge o pior e o melhor do ser humano.
  • O pior se vê nos problemas de segurança, a pilhagem, assassinatos e linchamentos (como se não tivesse havido suficientes vidas perdidas), opressão, gangues de aproveitadores, etc.
  • O melhor se vê na organização, no espírito de entre-ajuda que vem de cantos antes insuspeitados, no altruísmo, no trabalho voluntário e desinteressado, tudo com um único objetivo de ajudar os sobreviventes a ver uma razão para sobreviver mais um dia. Só mais um dia.
Esta catástrofe – e outras similares, causadas pela força da natureza – tem sempre tendência a me fazer acreditar que pouco a pouco, se não tomarmos cuidado, o planeta em que vivemos expulsará o ser humano da sua superfície. Não vou até ao extremo de acreditar que a terra tem uma “alma”, a tal Gaia, que de tanto agredida agora começa a responder com a mesma moeda, mas é difícil não ver que estes fenômenos repetem-se cada vez mais, cada vez com mais força e com ciclos cada vez mais curtos. Se o terremoto do Haiti é a resposta do planeta ao fracasso de Copenhagen? Acredito que não. Mas também acredito que se não mudarmos o nosso padrão de vida em sociedade nas próximas décadas – e decorrentes padrões de consumo, de relacionamento, de coabitação em geral – não ficaremos aqui muito mais tempo. Não digo que a natureza acabará conosco como os deuses onipotentes e vingativos retratados pela maioria das religiões, mas a coisa pode ficar feia por alguns milênios até o sol voltar a brilhar de novo...

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