quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Frutos de um determinismo?

Antes de mais, um bom ano a tod@s! Que 2012 seja repleto de sucesso profissional, paz e saúde, momentos de carinho e amizade com a família e amigos! Dizem as más línguas que o mundo vai acabar no final deste ano. Se assim for, que seja no meio de pessoas queridas e com muita musica e gargalhadas!

E voltamos à nossa rotina. Eu ia escrever sobre as perspectivas deste ano, mas ao ler o texto sobre os “gênios do bem e do mal” senti vontade de desenvolver mais um pouco.

Algumas pessoas comentaram comigo como quem é “do mal” terá sempre por objetivo a destruição de algum valor, de alguma organização, de alguma coisa que é querida às pessoas “do bem”. Não sei até que ponto esse ponto de vista é compartilhado. Eu confesso que não me reconheço nessa visão do ser imóvel e imutável humano. Se há uma coisa que a história nos conta é precisamente que as coisas mudam, as sociedades mudam, evoluem. Essa evolução é consequência da evolução das pessoas, do indivíduo, não? Ou seja, parece-me um pouco contraditório com a crença que quem é “do mal” o será para sempre. Não há espaço para reabilitação e recuperação? Ou, numa visão mais religiosa, para perdão e redenção? Ou seja, o que nós somos já está escrito e decidido muito antes de termos consciência. É genético.

Parece-me ser uma visão redutora do ser humano. Da mesma forma que não acredito ser 100% “senhor do meu destino, capitão do meu barco”, também não acredito nesse grau de determinismo. A verdade, seja ela qual for, está muito provavelmente algures num meio termo.

Num texto anterior eu falava de como era possível quebrar o ciclo da pobreza. Eu vejo uma conexão clara entre estes dois textos. É incoerente acreditar consecutivamente na imutabilidade dos seres humanos “do mal” e na possibilidade de quebrar o ciclo da pobreza, no meu ver. E histórias não faltam que comprovam essa capacidade de regeneração do ser humano. Na semana passada eu estive no Lar de Crianças Nossa Senhora das Graças, em Petrópolis, rodeado de crianças que tiveram a infelicidade de viver alguns anos das suas pequenas vidas numa realidade violentíssima. E é um bálsamo para a alma ver que mesmo assim elas almejam profissões como bombeiro, polícia, advogado, etc. E quando perguntamos pela razão dessas escolhas, invariavelmente surge a resposta “para ajudar pessoas”. Se isso não é regeneração, reabilitação, redenção, então eu não sei o que é.

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