
Há uns dias atrás assisti a um encontro interessante que acontece em Brasília, a cada última segunda-feira do mês, num teatro do Brasília Shopping. É o Osso Buco: cinco ou seis apresentações sobre diversos assuntos, em sete minutos ou menos. Uma dessas apresentações foi sobre as vantagens do teletrabalho ou trabalho remoto.
Quando uns amigos e eu montamos uma empresa há uns anos atrás, usamos o teletrabalho como base de arranque, já que não havia faturamento para pagar uma estrutura de escritório. Embora para mim a experiência tenha sido péssima, eu entendo que seja uma solução muito viável para pessoas mais organizadas, focadas e disciplinadas.
Mas a abordagem que eu gostaria de dar ao tema é outra. O palestrante levantou todos os pontos positivos e negativos do trabalho remoto.
Alguns dos pontos positivos:
- Independência e autonomia
- Redução de custos de transporte, estacionamento e alimentação
- Menos stress e pressão
- Poder trabalhar sem interrupções ou controlar o seu ritmo
Alguns pontos negativos:
- Nenhuma ou pouca socialização
- Isolamento do mercado do trabalho e possível redução de oportunidades
- Difícil separação entre trabalho e vida pessoal
- Necessidade de MUITA disciplina para não se deixar enrolar pela liberdade de atuação
Eu digo que ele levantou quase todos. Eu perguntei para ele qual era o vínculo contratual entre o profissional e a empresa que o “contrata”. Coloco as aspas, pois na maioria das vezes não existe absolutamente nenhum contrato entre esses dois. Conceitualmente a idéia é boa, mas na realidade o que infelizmente acontece muito é que as empresas aproveitam para tratar o trabalhador como um empregado “normal” sem, no entanto, lhe atribuir os benefícios e regalias inerentes à posição. Ou seja, não existe vinculo empregatício, não pagam os impostos, seguridade social vai para o espaço, e como na maior parte dos casos os teletrabalhadores são contratados “por projeto”, podem ficar sem trabalho de um momento para o outro. Isso sem contar que muitas vezes a empresas levam muito mais tempo que o normal para pagar esses profissionais.
É uma pena. O que deveria ser uma solução inteligente para um mercado de trabalho cada vez mais descentralizado e globalizado acaba por se transformar em mais uma ferramenta ao serviço de uma forma insustentável de fazer negócios.
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