quarta-feira, 13 de abril de 2011

O problema são sempre os outros?

Em um dos meus momentos de navegação à toa pela net, dei com este artigo do blog do Instituto Ethos.

Mais do que tratar o tema do artigo – a questão do transito e meios de transporte na megalópoles – eu fiquei interessado pela visão do autor sobre como temos tendência a facilmente nos isentar da nossa cota parte de responsabilidade. No caso das cidades e os engarrafamentos, quantas vezes ouvimos a frase “se os transportes públicos fossem melhores, eu até deixava o carro em casa”? É muito parecida com aquela que eu coloquei no artigo sobre a escola pública: “se o sistema de educação público fosse bom, eu até colocaria meus filhos lá”. É como se fossemos meros observadores pacíficos dessas situações. Aguardamos preguicosamente que alguém ou algum acontecimento tome a iniciativa, mude as coisas para melhor para que posteriormente possamos ser confortavelmente beneficiados.

Isso é diretamente aplicado no universo empresarial também. Já trabalhei em empresas multinacionais, cujos empregados diziam sempre em conversas informais, que os salários eram abaixo do mercado, que as não tinham treinamento, que a empresa não investia neles etc, etc. E em momento nenhum levaram essas queixas para a diretoria de forma estruturada.

Temos imensa dificuldade em nos ver como elementos de um processo de mudança. As coisas não “acontecem”. Elas precisam ser provocadas de alguma forma. É muito fácil apontar o dedo ou levantar o problema. Já propor soluções é mais difícil. Acho que prefiro mil vezes me confrontar com uma pessoa que tem uma opinião contraria à minha do que me ver frente a frente com o que chamo os profetas do apocalipse. Sabem aquelas pessoa que reclamam de tudo constantemente? Esse tipo de personagem é desgastante e ainda por cima tende a ser contagiante... para mal! Ele sintetiza aquele pensamento de Sartre: o inferno são – sempre – os outros!

Mas não. Por um simples raciocínio lógico chegamos à conclusão que se para mim “o inferno são os outros”, então a recíproca é válida e devo com certeza ser o inferno para alguém...

2 comentários:

  1. Por isso que não poupo ninguém: o inferno são os humanos.

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  2. É como li em algum lugar: End discrimination. Hate everybody!

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