terça-feira, 17 de novembro de 2009

Quem matou o carro elétrico?

Há poucos dias vi um documentário que recomendo muito, chamado “quem matou o carro elétrico” de Chris Paine (http://www.2001video.com.br/detalhes_produto_extra_dvd.asp?produto=15146). Fascinante e assustador! Fascinante porque descobri que nos Estados Unidos, durante os anos 90 já tinha existido a produção em massa de um carro elétrico produzido pela GM (sim, sim!), rápido, econômico, confortável e não poluente, que se vendeu milhares de unidades, que todos os donos estavam felizes com o veiculo que contribuiu para dar uma perspectiva de sustentabilidade tão desejada pela indústria automobilística. Repito: no anos 90! Era o EV1 (vide imagem).

E assustador porque o projeto que tantos resultados positivos deu acabou por ser pulverizado (quase literalmente, pois não sobrou nada dele) por lobbies ligados à indústria petrolífera. O projeto foi tão bem combatido por todos os lados que todas as unidades vendidas (salvo erro + 100 mil) foram recolhidas e destruídas. Isso mesmo destruídas, como se destrói provas de um crime (vide imagem).

Hoje, 2009, sabemos que a GM, depois de ter voltado e apostado nas décadas seguintes ao fim do carro elétrico, na produção de veículos que funcionam com combustíveis fósseis (e quanto combustível...) faliu e teve que ser resgatada pelo governo norte-americano. Quanta amarga ironia! E que sentimento de impotência sentimos, não é? Um produto que tinha tudo de bom para a humanidade (coisa raríssima) foi retirado do mercado e destruído, para que um grupo seleto pudesse continuar a lucrar enquanto fosse possível. Digo enquanto fosse possível porque mesmo esse grupo seleto sabia que os combustíveis fósseis vão acabar. Gente, não sou muito de teorias da conspiração, mas historias como estas tiram o sono de qualquer ser humano bem intencionado.

Como a esperança é a ultima que morre, eu espero que pelo menos a lição tenha sido aprendida, e que o fenômeno agora mais alastrado, de carros que funcionam com energias alternativas menos nocivas para o planeta, seja uma tendência que chegou para ficar.

Eu moro em Brasília e não tenho carro, não por opção mas porque não tinha dinheiro para comprar e não considerava o endividamento. No mês passado fiz contas e pensei em comprar um mas acho que entretanto estou a mudar de idéia. É mais difícil viver sem carro, sobretudo em Brasília, uma cidade sem passeios (calcada) e um pouco hostil ao peão. Mas ainda assim dá para viver, entre ônibus e os eventuais taxis para destinos menos bem servidos. Acho que vou agüentar mais um pouco... pelo menos até puder comprar um carro elétrico ou assim ;)

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