No outro dia eu recebi o link deste artigo do blog do Ethos “Sustentabilidade tem valor no mercado”. Trata-se da publicação de um relatório de pesquisa da McKinsey sobre como o tema é visto/percebido dentro do universo empresarial.
Aconselho a leitura detalhada do artigo a todos que se interessam ao tema. O resumo em grandes linhas é:
Aconselho a leitura detalhada do artigo a todos que se interessam ao tema. O resumo em grandes linhas é:
- O assunto continua ganhando visibilidade e importância estratégica
- O motivo de tratar do tema já não é tanto a questão de marca e reputação
- A abordagem é sobretudo ambiental
- Conclusão: “as empresas brasileiras passaram a enxergar a sustentabilidade como uma alavanca para a geração de valor”
Estamos num momento-chave dessa transformação. Se o tema passa a ser considerado estratégico, com uma visão de ganhos a médio e longo prazo (muito importante a visão a médio e longo prazo) e sem necessidade de uma imposição de cima para baixo, aí o jogo pode efetivamente mudar de cara. Até hoje, só as empresas cujos dirigentes compartilhavam dessa visão puderam efetivamente programar estratégias vencedoras. A resistência é enorme na camada do meio, da gestão operacional, porque normalmente ela vem associada a mudança de cultura, alterações de processos e rotinas, mudança da sacrossanta cultura empresarial. É isso que mais custa: medo da mudança. O surreal é que esse medo está presente mesmo quando o tema é unanimemente aceito. Difícil entender, não é? Todos concordam que é importante criar mecanismos que coíbam a corrupção, que ouçam e protejam o consumidor, que desenvolvam as potencialidades do publico interno, etc, etc. Mas quando tentamos passar da teoria à prática, de ser coerente (link para o texto da coerência) parece que o mundo passa a andar a passos de caranguejo.
Como digo sempre, nunca ninguém disse que seria fácil. Para já é bom ver a evolução do tema, mesmo que a passos de tartaruga. Por mais que o assunto seja cobrado pela ONU aos governos, eu acredito que o grande fator de mudança ainda reside na mão das empresas. Toda a visão capitalista (o antigo capitalismo, o do lucro a qualquer preço) ainda serve de ancora para o modelo de sustentabilidade das empresas. Só com a mudança dessa visão os novos paradigmas da economia inclusiva poderão progressivamente ocupar espaço nas mentes dos empresários de amanhã. Mais uma vez, como quando falei sobre o espaço das mulheres no mundo empresarial, trata-se de física básica: para um novo corpo corpos ocupar mais espaço, o antigo corpo terá de ceder algum espaço. ;