Pois é. Tudo tem a ver com RSE, sustentabilidade, um mundo melhor etc, etc. E a copa do mundo é um bom laboratório de relacionamentos. Vejam só. O lema das ultimas copas, salvo erro, desde 1998, tem sido a tolerância, a luta contra todas as formas de violência,racismo e exclusão, a paz entre os povos, etc, não é? A FIFA tem apregoado em todos os fóruns que a copa é precisamente um momento de união entre os povos. O spot publicitário com a voz do Bono resume perfeitamente a intenção.
A intenção é louvável. Tenho dúvidas quanto ao resultado atingido. O futebol tem esse dom de despertar paixões. E normalmente paixão e bom senso nunca andam de mãos dadas. Eu percebo pouco de futebol, é um fato. Mas a copa do mundo é um dos raros momentos em que me envolvo com o assunto. É difícil não se deixar contagiar pelo entusiasmo. E acho fantástico que de fato, de 4 em 4 anos, o mundo pára para ver os duelos entre as equipes. Como imaginam dispenso facilmente os nacionalismos exacerbados que normalmente surgem. Infelizmente faz parte do pacote.
Este ano a copa tem sido (para mim pelo menos) apaixonante. Mesmo com a saída dos times por quem eu torcia (Brasil, Portugal, qualquer time africano, Uruguai por ter ido tão longe...). Por todo o lado tenho ouvido que esta copa foi péssima porque os suspeitos de costume (supostamente os melhores times: Brasil, Itália, França, Inglaterra, Argentina, Alemanha...) não confirmaram que são... os suspeitos de costume. Ouvi até que mesmo que a Espanha e a Holanda tenham ganhado TODOS os jogos até agora, são times inferiores aos que perderam. Aliás, a frase correta parece ser “a Espanha e a Holanda não ganharam. Os outros é que perderam”. Que estranho, não? E eu que pensei que para chegar na final era preciso ganhar de todos os outros. Alguma coisa me escapou? Lembra-me um pouco a atitude desprezível de alguns pasquins portugueses (alguns até supostamente muito respeitáveis), que depois da Grécia ganhar o Euro2004 contra Portugal (e ganharam contra Portugal 2 vezes durante a competição, na entrada e na saída, seja dito “en passant”), diziam em letras garrafais “o triunfo do futebol parasita”. Que injustiça! Se querem discutir semântica (eles não ganharam, nós perdemos), não contem comigo. Eu só vejo que é uma imensa falta de respeito pelas equipes que estão na final (repito para os mais distraídos: ganharam todos os jogos até agora), pela torcida dessas mesmas equipes, e, em ultima análise vai totalmente contra os objetivos da competição. Aliás, não sei se foi a primeira ou mesmo a única equipe que fez isso numa copa, mas a Holanda tem feito um gesto que eu acho fantástico: eles jogam com uma camiseta que leva sempre 2 bandeiras: a deles e a do adversário. Isso sim é respeito!
Um amigo meu com quem jogo tênis regularmente me contou como ele prefere o tênis ao futebol. É importante saber que ele é fanático do Flamengo, é arbitro federado e jogador também. Ele me explicava como está desiludido pelo que manto de má fé que tomou conta do esporte que ele tanto gosta. Ele me contou sobre os jogadores que fingem as faltas, a violência em campo (verbal e física), a desonestidade – a bola não bateu em mim antes de sair – a falta de fair-play, etc. Em me dizia que no tênis é precisamente o oposto. Mesmo entre os 10 maiores jogadores do mundo existe tanto respeito que se o juiz dá uma bola fora erroneamente, o jogador que ganharia o ponto com esse erro devolve o ponto para o adversário. E o publico gosta, respeita e encoraja muito essa atitude. No futebol infelizmente parece que não é bem assim.
Conclusão: o barão Pierre de Coubertin, fundador dos jogos olímpicos modernos, dizia que o importante é participar, “o essencial da vida não é vencer, senão lutar bem”. Não há perdedores ou ganhadores. O importante é a união, o entendimento entre os povos, a integração de culturas, o respeito pelo adversário. E sustentabilidade tem a ver precisamente com isso. É juntar as pessoas.
Vamos Espanha! Vamos Holanda! Que vença a melhor equipe do mundo!!
A intenção é louvável. Tenho dúvidas quanto ao resultado atingido. O futebol tem esse dom de despertar paixões. E normalmente paixão e bom senso nunca andam de mãos dadas. Eu percebo pouco de futebol, é um fato. Mas a copa do mundo é um dos raros momentos em que me envolvo com o assunto. É difícil não se deixar contagiar pelo entusiasmo. E acho fantástico que de fato, de 4 em 4 anos, o mundo pára para ver os duelos entre as equipes. Como imaginam dispenso facilmente os nacionalismos exacerbados que normalmente surgem. Infelizmente faz parte do pacote.
Este ano a copa tem sido (para mim pelo menos) apaixonante. Mesmo com a saída dos times por quem eu torcia (Brasil, Portugal, qualquer time africano, Uruguai por ter ido tão longe...). Por todo o lado tenho ouvido que esta copa foi péssima porque os suspeitos de costume (supostamente os melhores times: Brasil, Itália, França, Inglaterra, Argentina, Alemanha...) não confirmaram que são... os suspeitos de costume. Ouvi até que mesmo que a Espanha e a Holanda tenham ganhado TODOS os jogos até agora, são times inferiores aos que perderam. Aliás, a frase correta parece ser “a Espanha e a Holanda não ganharam. Os outros é que perderam”. Que estranho, não? E eu que pensei que para chegar na final era preciso ganhar de todos os outros. Alguma coisa me escapou? Lembra-me um pouco a atitude desprezível de alguns pasquins portugueses (alguns até supostamente muito respeitáveis), que depois da Grécia ganhar o Euro2004 contra Portugal (e ganharam contra Portugal 2 vezes durante a competição, na entrada e na saída, seja dito “en passant”), diziam em letras garrafais “o triunfo do futebol parasita”. Que injustiça! Se querem discutir semântica (eles não ganharam, nós perdemos), não contem comigo. Eu só vejo que é uma imensa falta de respeito pelas equipes que estão na final (repito para os mais distraídos: ganharam todos os jogos até agora), pela torcida dessas mesmas equipes, e, em ultima análise vai totalmente contra os objetivos da competição. Aliás, não sei se foi a primeira ou mesmo a única equipe que fez isso numa copa, mas a Holanda tem feito um gesto que eu acho fantástico: eles jogam com uma camiseta que leva sempre 2 bandeiras: a deles e a do adversário. Isso sim é respeito!
Um amigo meu com quem jogo tênis regularmente me contou como ele prefere o tênis ao futebol. É importante saber que ele é fanático do Flamengo, é arbitro federado e jogador também. Ele me explicava como está desiludido pelo que manto de má fé que tomou conta do esporte que ele tanto gosta. Ele me contou sobre os jogadores que fingem as faltas, a violência em campo (verbal e física), a desonestidade – a bola não bateu em mim antes de sair – a falta de fair-play, etc. Em me dizia que no tênis é precisamente o oposto. Mesmo entre os 10 maiores jogadores do mundo existe tanto respeito que se o juiz dá uma bola fora erroneamente, o jogador que ganharia o ponto com esse erro devolve o ponto para o adversário. E o publico gosta, respeita e encoraja muito essa atitude. No futebol infelizmente parece que não é bem assim.
Conclusão: o barão Pierre de Coubertin, fundador dos jogos olímpicos modernos, dizia que o importante é participar, “o essencial da vida não é vencer, senão lutar bem”. Não há perdedores ou ganhadores. O importante é a união, o entendimento entre os povos, a integração de culturas, o respeito pelo adversário. E sustentabilidade tem a ver precisamente com isso. É juntar as pessoas.
Vamos Espanha! Vamos Holanda! Que vença a melhor equipe do mundo!!